Controle físico: Estratégia no combate do tripes da cebol

Resumo

O tripes Thrips tabaci (Thysanoptera: Thripidae) é a principal praga da cebola. O controle químico tem sido adotado quase que exclusivamente para combater esse inseto, com várias aplicações durante o ciclo da cultura. Entretanto, esta prática tem levado à ineficiência dos atuais ingredientes ativos registrados, sendo necessário a adoção de outras medidas de controle de forma integrada.O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da manta agrotêxtil no semiárido pernambucano para o controle de tripes em diferentes fases fenológicas da cultura da cebola, cultivar Vale Ouro IPA 11, em dois ciclos de produção. Os tratamentos foram os dias que as plantas permaneceram com as mantas após o transplante (DAP), sendo 1º ciclo T1–7; T2–55; T3–45; T4–35; T5–sem manta e 2º ciclo T1–70; T2–60; T3–50; T4–óleo de neem; T5 –sem manta. Avaliou-se o quantitativo de insetos (1º ciclo-20 a 70 dias; 2º ciclo-15 a 75 dias), comprimento e número de folhas (50 DAP-1º ciclo e 48 DAP-2º ciclo); peso e diâmetro dos bulbos por ocasião da colheita (1º ciclo). Os dados foram avaliados pelo teste de Tukey a 5%. Verificou-se um aumento na população de tripes a partir de 60 (1º ciclo) e 55 (2º ciclo) DAT; houve uma redução no número médio de tripes quando as plantas foram protegidas (1º ciclo); o maior tempo de cobertura favoreceu o crescimento da planta (1º ciclo), mas não no número de folhas (1º e 2º ciclos); as mantas não influenciaram na produtividade total, comercial e porcentagem de bulbos não comerciais, calibres II e III (1º ciclo). Os resultados demonstraram que é possível o cultivo da cebola no semiárido utilizando a manta agrotêxtil, e que a manta proporcionou uma leve proteção da planta ao ataque do tripes. Entretanto, estudos são necessários para testar o efeito da manta em diferentes cultivares, visto que a cultivar utilizada nos experimentos é considerada tolerante ao tripes.